Como parte das comemorações dos 30 anos do Instituto Moreira Salles, sua primeira sede, em Poços de Caldas, composta por um chalé centenário e um centro cultural com mais de mil metros quadrados de área expositiva, vai ganhar melhorias e modernizações para receber melhor o público. Com previsão de 4 meses de duração, a reforma do centro cultural – projeto do arquiteto Aurelio Martinez Flores, inaugurado em 1992 – contemplará a instalação de um elevador e a remodelação de seu auditório, que será equipado com novo sistema de projeção, iluminação e som, além de ganhar novas poltronas. O projeto prevê ainda adaptações de acessibilidade, segurança, entre outras instalações.
No Chalé Cristiano Osório, foram realizadas obras de manutenção, como a substituição do padrão de energia elétrica, a restauração do piso do Café e a recuperação de duas fachadas. Na segunda etapa, que já teve inicio, está previsto o término das intervenções de restauro, seguindo a originalidade de todos os detalhes da edificação, datada em 1894.
Durante o período de obras, o centro cultural segue funcionando normalmente, com a exposição Arquivo Peter Scheier, que exibe um vasto material de imagens de arquivo do fotógrafo alemão, realizadas entre as décadas de 1940 e 1970, pertencentes ao acervo do IMS. A entrada é gratuita.
O IMS POÇOS
Uma ideia que começou a germinar no fim dos anos 1980, o Instituto Moreira Salles completa 30 anos da inauguração de seu primeiro centro cultural neste 8 de agosto de 2022. O IMS concebido por Moreira Salles ao lado de Antonio Fernando de Franceschi, seu primeiro diretor superintendente (de 1992 a 2008), tomou forma pela primeira vez em Poços de Caldas, num chalé centenário de estilo eclético construído em 1894 pelo arquiteto italiano Giovanni Battista Pansini para a família do banqueiro e fazendeiro de café Cristiano Osório de Oliveira.
Mas por que Poços de Caldas? A bucólica cidade no sul de Minas Gerais, conhecida pelas qualidades terapêuticas de suas águas termais e por sua natureza generosa, não seria uma escolha óbvia se fossem pensados apenas fluxo de visitantes, visibilidade, ressonância de sua programação na imprensa e na comunidade artística e cultural do Brasil e do exterior. Entretanto, entre uma ideia e sua execução há fatores subjetivos que não podem ser mensurados matematicamente. No caso de Poços de Caldas, o valor simbólico se revela no imenso afeto da família pelo local onde o patriarca João Moreira Salles (avô do documentarista homônimo) prosperou em seus negócios e onde nasceria, em 1924, a Casa Moreira Salles, precursora do Unibanco. Era natural que Walther, o primogênito entre quatro irmãos e herdeiro do pai no comando do banco, cultivasse o desejo de retribuição.
A Casa de Cultura Poços de Caldas, nome original do IMS Poços, foi inaugurada em 8 de agosto de 1992 depois de passar por um minucioso processo de restauração. À época de sua construção, fazia parte de um conjunto de três chalés de veraneio (um deles já não existe), todos da mesma família, e ficava um pouco afastado, no lado leste da cidade. Hoje o Jardim dos Estados, bairro residencial onde está localizado, se situa próximo ao centro comercial de Poços de Caldas. O antigo quintal de 1.736 m2 foi ocupado por uma construção de dois andares, projeto do arquiteto Aurélio Martinez Flores, onde acontecem as exposições, os eventos e shows. É pelo primeiro piso desse pavilhão que se tem acesso ao Chalé, onde funcionam a administração, o café e ainda uma área expositiva que pode ser usada como extensão das mostras realizadas no pavilhão de exposições.
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