Horácio Schaefer na viola e Sergio Melardi ao piano apresentarão ao vivo o concerto “As Duas Sonatas para Viola e Piano opus 120”, de Johannes Brahms, no próximo dia 4 de dezembro (domingo), às 19h, no Teatro Palace Casino. A iniciativa é viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com o apoio da EPTV Sul de Minas e da Prefeitura de Poços de Caldas.
Os ingressos poderão ser retirados gratuitamente no CIT – Centro de Informações Turísticas na Praça Paul Harris, s/n – Antiga Estação Ferroviária Centro. Quem quiser fazer uma boa ação e ajudar as entidades assistenciais locais poderá levar 1 kg de alimento para doação.
O concerto será comentado pelos próprios artistas, que conversarão com o público sobre as obras, sobre Brahms e a escolha do repertório.
Sobre o concerto Amigos de longa data, Schaefer e Melardi, que agora se apresentam no Sul de Minas, gravaram as duas últimas obras de música de câmara de Brahms (1833-1897), um dos maiores compositores do Romantismo alemão, escritas em 1894, na versão para viola e piano.
A viola tem uma sonoridade íntima e profunda. Essas obras refletem muito essa reflexão, introspecção e são muito concisas, pensativas e ao mesmo tempo transmitem esperança e amor. Brahms já tinha parado de compor, mas conheceu Richard Mühlfeld, um clarinetista genial da Orquestra de Maine em um festival de música, e ficou tão impressionado com a habilidade do músico em tirar sons do instrumento que resolveu voltar a compor para clarinete, o que nunca tinha feito antes.
Brahms dizia que nesse final de vida as obras deviam ser mais simples e entregou ao clarinetista dizendo ser duas modestas sonatas, e ironicamente essas composições entraram para a história da música como um dos pontos altos da música de câmara. Os críticos da época foram quase unânimes em dizer que a obra tem uma mensagem intrínseca que é um pouco diferente de tudo o que o compositor fez antes. Tem uma melancolia que remete a vida que ele teve e o final de sua vida.
“Essa obra é um sol que se abre, uma luz, um olhar de esperança, que a vida valeu a pena. E interpretá-las há um encaixe nesse período que passamos por trevas e que agora já vemos esperança. Que a vida continue, muito bela pela frente, como um recomeço”, completa Schaefer.
Os críticos da época diziam que essas obras eram para poucas pessoas, que quem conseguisse desfrutá-las, encontraria algo único, bem diferente do que se escutava no período. Na pesquisa, o duo quis saber o motivo do compositor ter transcrito a obra para viola e para piano e encontraram dois motivos registrados: um que em uma turnê por cidades na Alemanha, com receio que o clarinetista não aparecesse, transcreveu para um grande amigo excepcional violinista, Joseph Joachim, para que pudesse tocar em algum imprevisto; o outro motivo foi que quando enviou para o editor, Brahms queria divulgar mais a sua obra e como o número de violistas era bem maior que os de clarinetistas, criou a versão para viola e piano. A versão para viola deu tão certo e difundiu tanto a obra de Brahms que integrou o repertório de grandes violistas consagrados e de estudo.
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